19 de jun. de 2008

CLARICE LISPECTOR

“Minha alegria é áspera e eficaz, e não se compraz em si mesma, é revolucionária. Todas as pessoas poderiam ter essa alegria, mas estão ocupadas demais em ser cordeiros de Deuses.”

BIOGRAFIA
Nascida em 1920, na Ucrânia e falecida em 1977, no Rio de Janeiro. Ela veio para o Brasil aos dois meses de idade, criou-se no Recife e mudou-se para o Rio de Janeiro aos doze anos. Formou-se em Direito e, aos dezessete anos, escreveu seu primeiro livro, o romance "Perto do Coração Selvagem".
Na obra de Clarice Lispector, a caracterização das personagens e as ações são elementos secundários. Importa-lhe captar a vivência interior das personagens e a complexidade de seus aspectos psicológicos. Daí resultam uma narrativa introspectiva e o monólogo interior, em que muitas vezes percebe-se o envolvimento do narrador, ficando difícil estabelecer as fronteiras entre narrador e personagens. Essa centralização na consciência contribui para a digressão, a fragmentação dos episódios e o desencadeamento do "fluxo de consciência", isto é, a expressão direta dos estados mentais, nos quais parece manifestar-se diretamente o inconsciente, do que resulta certa perda da seqüência lógica.
Na trilha filosófica do existencialismo, Clarice enfatiza a angústia do homem diante de sua liberdade para escolher o curso que deseja dar à sua vida. Essa escolha é necessária, já que sua existência não está predeterminada, e a maneira de cada indivíduo ser e estar no mundo e entendê-lo resulta de sua própria opção. Assim, ele tem a liberdade de optar por uma vida autêntica e questionadora, mas isso provavelmente o levará a enxergar um mundo absurdo em que nada faz sentido e, conseqüentemente, a afundar-se num abismo de perplexidades. Por outro lado, pode refugiar-se na banalidade do cotidiano e nos ;interesses imediatos, limitados e efêmeros, os quais certamente nunca o deixarão plenamente satisfeito.
As narrativas de Clarice Lispector quase sempre focalizam a epifania, um momento de revelação, um momento especial em que a personagem defronta-se subitamente com a verdade.

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