28 de jun. de 2008

WLADEMIR DIAS-PINO

WLADEMIR DIAS-PINO
É um dos maiores valores da poesia visual brasileira. Integrou o movimento concretista, fundado pelos irmãos Campos. Participou da "Exposição Nacional de Arte Concreta" em 1956 no MASP. Publicou "Solida" em 1952, o primeiro "Livro-Poema" brasileiro. Em 1956 publicou "A Ave”: Mais tarde rompeu com o concretismo. Em 1967, com Álvaro de Sá e Neide Dias de Sá organizou na ESDI a exposição "LANÇAMENTO do POEMA-PRO­CESSO", ao mesmo tempo Moacy Cime iniciava o movimento no Nordeste. Para romper a tática de 'bloquear informações' dos paulistas, organizou a passeata de "Rasgação de Livros" em 1968, ano que publicou "Metacódigo". Em 1972, devido a repressão política o movimento dissolveu-se, lançando o mani­festo "Parada Tática”. Atualmente desenvolve o Poema Conceito.Veja>>> CALIGRAMAS / CALIGRAMMES, seleção original de WLADEMIR DIAS-PINO:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_visual/caligramas.html
WLADEMIR DIAS-PINO
DADOS BIOGRÁFICOS
1927 - Nasce em 24 de abril, na cidade do Rio de Janeiro.

1936 - Acompanha a família transferida para Mato Grosso. O pai, anarquista e tipógrafo da Imprensa Nacional, por motivos políticos vai morar na província.

1940 - Publica A Fome dos Lados, poema em forma de livro que se abre verticalmente.

1941 - Pública A Máquina que Ri, também em forma de livro, explorando a horizontalidade da página branca.

1947 – Publicao livro Perfil.

1948 - Publica Dia da Cidade, livro-poema que espacializa as palavras dando funcionalidade ao branco. Começa a elaborar A Ave, poema voltado para as questões do manuseio e da visualidade, como livro-poema.

1949 - Funda o jornal Arauto de Juvenília, juntamente com o poeta
Benedito Sant´Ana da Silva Freire tendo como órgão divulgador o jornal Sarã. Ambos iniciam o processo de renovação das letras cuiabanas, na tentativa de sacudir a pasmaceira e acertar o relógio da província.

1951 - Lança o movimento Intensivista com Rubens de Mendonça e Othoniel Silva.

1952 - Publica Poemas Desmontáveis. Transfere-se para o Rio de Janeiro, onde permanece por 20 anos.

1953 - Funda o jornal Japa, juntamente com Silva Freire, com a finalidade de publicar poetas jovens.

1954 - Edita Os Corcundas.

1955 - Publica A Máquina ou A Coisa em Si. Nessa época dedica-se também à pintura, elaborando a série Direcional.

1956 - Publica A Ave, livro inteiramente artesanal, com cerca de 300 exemplares, onde a perfuração, a cor e os gráficos funcionais fazem dele o primeiro livro-poema cibernético, cuja lógica está na fisicalidade do objeto-livro, quando o poema se realiza e a decodificação se dá através do manuseio. Nesse mesmo ano, faz parte do meio estudantil e elabora a programação visual da revista Movimento, da União Nacional dos Estudantes - UNE. Junto com Haroldo de Campos, Décio Pignatari, Augusto de Campos, Ronaldo Azeredo e Ferreira Gullar, funda o movimento da Poesia Concreta. Ao lado desses poetas e 22 artistas plásticos, participa da Primeira Exposição Nacional de Arte Concreta, em dezembro desse mesmo ano, em São Paulo e em fevereiro de 1957, no Rio de Janeiro. Ainda em 1956, promove a Primeira Noite de Arte Concreta na UNE, juntamente com o Poeta Silva Freire, introduzindo no meio estudantil o debate sobre a arte de vanguarda.

1957 - Publica Poema Espacional.

1958 - Realiza no carnaval, a primeira decoração geométrica do obelisco até a Praça Mauá no Rio de Janeiro. Publica Poemas para Armar e Poemas Manipuláveis.

1960 - Procede à releitura desses poemas, resultando nas várias versões, do poema visual Solida, publicadas em 1962. Entre 1960 e 1961, compôs o livro-poema Numéricos, publicado em 1968.

1962 – Edita Os Elementos.

1962/8 - Publica Metacódigo.

1963 - Publica Capa e Contra-Capa.

1967 - Publica Brasil Meia-Meia.

1967 - Participa da IX Bienal de São Paulo, com os Objetos Sensoriais. Em dezembro desse mesmo ano, funda, com outros poetas, o movimento Poema//Processo.
1968 – Em janeiro, o movimento liderado pelo poeta realiza ato público coletivo, um happening, nas escadarias do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde são rasgados livros de Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto, entre outros, por serem, segundo WDP, poetas discursivos. Ainda em 1968, é convidado a participar da Primeira Bienal de Arte Moderna de Nuremberg. Nesse mesmo período e nos anos iniciais da década de 1970, foi intensa a atividade do poeta, multiplicando-se as exposições deslocadas do Rio de Janeiro, ampliando a divulgação do Poema//Processo em Fortaleza, Natal, João Pessoa, Campina Grande, Olinda, Recife, Salvador, Ouro Preto, Florianópolos, Montevidéu e Buenos Aires.

1971 - Lança o livro Processo: Linguagem e Comunicação, que contém os princípios norteadores do Poema//Processo e uma antologia de poemas visuais representativos do movimento.

1972/3 - Retorna à Cuiabá para integrar o quadro técnico da UFMT, atuando como assessor da reitoria, pesquisador e programador visual e onde permanecerá por 25 anos.

1974 - Publica em colaboração com João Felício dos Santos, A Marca e o Logotipo Brasileiros, com posfácio de Antônio Houaiss qualificando o livro como “um catálogo nacional e temático de marcas e logotipos que constitui preciosa iniciação à faculdade de ver.”

1976/7 - Projeta e realiza a decorações geométricas para o carnaval de rua em Cuiabá intituladas; “Floração do Cerrado” e “Mosaicos Cuiabanos”.

1982 - Publica pelo Departamento de letras da UFMT , Wlademir Dias-Pino, a separação entre inscrever e escrever, catálogo de exposição retrospectiva, com depoimentos, poemas e iconografia do poeta.

1986 - Publica o livro-poema Numéricos, síntese das principais propostas do experimentalismo desenvolvido pelo poeta durante a fase da poesia concreta.

1990 - No início da década foram publicados, ao mesmo tempo, seis livros-caixas da Enciclopédia Visual. O conjunto dedica-se à pesquisa de caligramas, representações, escritas arcaicas, silhuetas femininas e desenhos art-nouveau da segunda metade do século XIX, elaborados pelo ilustrador inglês Aubrey Vincent Beardsley.

1994/2006 - Conclui suas atividades na UFMT retornando ao Rio de Janeiro dedicando-se à Enciclopédia Visual, programação visual, desenho e a pintura.

2007 – Conclui em parceria com Regina Pouchain o projeto dos Contrapoemas (Poemas Sem Palavras).


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